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Fase Final de Vida

“Saudade é o que fica quando não é possível você ficar."

Autor Desconhecido

     A “fase final de vida” (FFV) pode ser definida como o período de horas a dias que antecede a morte de um paciente com diagnóstico de doença terminal. As equipes de saúde são, em geral, altamente capacitadas para diagnosticar a incurabilidade de uma doença (e portanto prever seu desfecho final), mas sua tendência a superestimar o tempo de vida desses pacientes é bem conhecida, descrevendo-se estimativas excessivamente otimistas em 63% dos casos. Embora seja compreensível, do ponto de vista emocional, que a equipe de saúde faça prognósticos enviesados, o não reconhecimento de que um paciente está vivendo seus momentos finais pode privá-lo de receber de cuidados mais adequados e proporcionais à sua situação de vida – e até mesmo submetê-lo a tratamentos e procedimentos desnecessários, causando mais sofrimento.

    Alguns sinais e sintomas são muito sugestivos de que o paciente esteja em processo ativo de morte: fraqueza grave e progressiva, limitação ao leito, paciente permanece dormindo a maior parte do tempo, indiferença a líquidos/alimentos, dificuldade para deglutir, desorientação no tempo, hipotensão não associada a hipovolemia, incontinência ou retenção urinária associada à fraqueza, oligúria, incapacidade para fechar os olhos, alucinações com pessoas queridas já falecidas, pedidos para ir para casa com insistência, alterações do padrão respiratório (Cheyne-Stokes ou apneia), respiração ruidosa ou com movimentação mandibular, extremidades frias e pálidas, taquicardia com pulso fino, ausência de pulso na artéria radial, alterações no estado mental. 

    Este é um momento de imensa importância, tanto na vida da pessoa que está prestes a partir quanto na daqueles que se despedem dela. A condução inadequada da FFV pode ter impacto emocional nefasto em todos os envolvidos, às vezes de forma permanente. Assim, é muito importante que a equipe esteja adequadamente capacitada para a comunicação e procedimentos que envolvem o processo de morte. 

Referências

Hui D et al. Concepts and definitions for actively dying", "end of life", "terminally ill", "terminal care" and "transition of care": a systematic review. J Pain Symptom Manage, 2014. 47(1): 77-89.

Christakis N, Lamont E. Extent and determinants of error in doctor's prognoses in terminally ill patients: prospective cohort study. British Medical Journal, 2000. 320(7233): 469.

Van der Heide H et al. End-of-life decision making for cancer patients in different clinical settings and the impact of the LCP. J Pain Symptom Manage, 2010. 39(1): 33-43.

Coradazzi AL, Santana MTEA, Caponero R. Cuidados Paliativos: diretrizes para melhores práticas. 1ª Edição. Ed. MG Editores. São Paulo, 2019.

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